Dario Sassi Thober, diretor-presidente do Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun é entrevistado pelo Programa Conexão Record News.
Na última quinta-feira, dia 01 de junho, o diretor-presidente do Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun, Dario Sassi Thober, foi entrevistado pelo Programa Conexão Record News, falando um pouco sobre a busca brasileira por espaço na área de semicondutores e produção de chips.
Na ocasião, os apresentadores do programa Conexão Record News, Kelly Godoy e Heródoto Barbeiro, fizeram uma breve introdução à temática, indicando que uma vez que o mundo vive um momento de transformação, com o constante avanço das tecnologias e com o surgimento de diversas inteligências artificiais, é comum a discussão acerca dos desafios, impactos e perspectivas da modernidade. E é nesse cenário que se apresenta a área de semicondutores e chips, utilizados nos equipamentos eletrônicos, sendo a base da modernidade e do avanço tecnológico.
A entrevistadora Kelly Godoy iniciou apontando que uma fábrica em Taiwan (China) é a principal responsável pela fabricação de chips do mundo e, portanto, países como Estados Unidos e Brasil estão investindo na própria produção de chips. Pediu que Dario Thober tecesse alguns comentários de como o Brasil tem buscado espaço nesse setor.
Segundo o entrevistado Dario, quando falamos em semicondutores, é necessário pensar em logística e energia. Em relação a logística, indicou que a China possui essencialmente uma dependência dos Estados Unidos para o comércio global, sendo que o mercado globalizado que conhecemos hoje se dá em parte pela capacidade naval dos Estados Unidos. Considerando a situação atual entre China e Estados Unidos, em relação a Taiwan, Dario acredita que a resolução deva se dar em um contexto de negociação. há a necessidade de se pensar em um contexto de negociação ao invés de um contexto de guerra.
“Então, para vocês terem uma ideia, se os Estados Unidos mobilizarem só quatro destroyers próximo à Índia, ele consegue efetivamente fazer a China passar fome em menos de um ano. Então não é algo que se resolve em guerra, tem que ser pensado num contexto de negociação”.
Em relação ao Brasil, Dario indicou que para que efetivamente possamos ter uma indústria de semicondutores é necessário que haja o direto envolvimento da indústria, complementando os esforços governamentais. Para a indústria brasileira de semicondutores possuir protagonismo internacional, será necessária a colaboração entre atores da iniciativa privada e do governo.
“a nossa visão é de que há necessidade de ter uma participação na modelagem de negócio com investimento direto das empresas complementando aquele do governo logo de início, logo de partida. Não é possível escrever um projeto semicondutores que não seja global e não é possível começar um investimento que não tem clientes internacionais”.
Sobre o espaço do Brasil nessa área e dos possíveis investimentos e investidores, Dario comentou que estamos competindo por investimentos e que um candidato forte seria a Índia, por possuir posição geopolítica bastante próxima da China e o conjunto Texas-México, por possuírem uma segurança bem estabelecida, uma demografia crescente, que é o oposto da China. Segundo o entrevistado, esse conjunto possui uma capacidade logística robusta, um mercado amplo e a capacidade de mobilizar manufatura como a da China rapidamente. Para Dario, o México seria um potencial recebedor de investimentos, sendo importante que o Brasil tenha o entendimento desse cenário geopolítico para suas ações e iniciativas.
“Na nossa opinião, alinhando com essas expectativas, obviamente mantendo aquele bom relacionamento que temos com a China, mas não deixando de lado este eixo México-Texas (ou México-Estados Unidos), pois ele passará a ser um dos maiores e mais importantes do mundo”.
Confira a entrevista na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=XIQU5zkUM0I
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